Se você usa a internet e trabalha com algo relacionado ao marketing certamente já ouviu falar sobre o Growth Hacking.
Por isso, não irei escrever aqui sobre o que é Growth hacking, como ele funciona e como ele está “bombando” no Vale do Silício. Afinal, não estamos em 2014.
Entretanto, por mais que o growth tenha ganhado popularidade ao longo dos anos, é comum encontrar empresas que não o aplicam corretamente.
Isso pode ser visto em empresas que apostam em hacks obsoletos de tanto que já foram utilizados no mercado – e, nesse caso, já deixaram de ser hacks -, que cometem os mesmos erros repetidas vezes, aplicam hacks baseando-se apenas em achismos, e por terem ânsia em colocar o hack em prática, acabam abdicando de passos importantes ou os subjugando, entre outros.
O resultado de ações como as acima se traduzem em empresas que vivem de “apagar incêndios” , não encontrando e tratando a causa dos problemas, mas sempre a consequência deles através de um Growth Hacking pouco eficiente.
Isso significa que o Growth Hacking não trás mais resultados? Ou que essa metodologia só funciona quando é aplicada por grandes empresas com grandes equipes de growth?
Não!
A realidade é que continua sendo possível construir ótimos resultados de marketing para a sua empresa utilizando o Growth hacking. E sim, isso independente do tamanho da sua empresa!
Para isso, vamos retomar do básico e destrinchar o que faz uma estratégia de Growth Hacking ser o que ela é para que você encontre onde possa estar errando e passe a ter sucesso potencializando a estratégia na sua empresa!
Quem fará o que?
Antes de tudo, não iremos partir de pressupostos, talvez a sua empresa já conte com um time – ou uma pessoa de hacking – ou, talvez, esteja pensando em montar um time do zero.
Um time de Growth Hacking, como você pode já ter conhecimento, deve ser composto por profissionais plurais, com skills que envolvam design, marketing, redação e programação.
Porém, nem toda empresa pode contar com essa quantidade de profissionais disponíveis e o que pode ocorrer é ter um time de growth composto por profissionais que já têm outras responsabilidades no dia a dia.
Em teoria, isso não seria problema, mas, na prática, isso pode resultar em um time sem foco. Reuniões ou melhorias poderão ir para o “fim da fila” de prioridades por não serem um assunto urgente.
O ideal seria selecionar pessoas exclusivas para uma equipe de growth. Caso não seja possível, um profissional de marketing exercendo exclusivamente o cargo de growth hacker poderá funcionar para a sua empresa.
É importante que essa pessoa, o hacker, esteja focada apenas no crescimento da empresa, localizando gaps, organizando e gerindo diversos experimentos em paralelo.
Dessa forma, o hacker poderá trabalhar com pessoas e equipes de forma mais fluida. Pedindo, por exemplo, uma imagem para a equipe de design, e, enquanto isso, está conversando com o time de mídia e, assim, realizando dois testes ao mesmo tempo enquanto lida com times diferentes.
As etapas do Growth Hacking
Entendendo a importância de ter, ao menos, uma pessoa totalmente focada em encontrar melhorias necessárias, é necessário certificar-se que os passos do Growth Hacking estão sendo seguidos de forma correta. Em ordem, os passos a se seguir são:
Definição do problema a ser resolvido
Todo o conceito do hacking dobra-se em resolução de problemas reais e que salvarão tempo e dinheiro da sua empresa. Nesse ponto é importantíssimo debruçar sobre as etapas de marketing, por exemplo, analisando o funil de modo a encontrar gaps nas etapas. Para fazer isso, uma estratégia de marketing bem estruturada fará toda a diferença.
A análise, por sua vez, não deve ser feita de maneira isolada, mas sim observando o todo da estratégia vigente e do funil. Isso ajuda a garantir que o hacker estará atrás de soluções para o problema, não para a dor que ela causa.
Após isso, o que deve ser feito é elencar os problemas em ordem de urgência e prioridade.
A busca por hacks, ou a criação de hipóteses
Com a lista criada de problemas para serem resolvidos na etapa 1, é hora de unir pessoas com pensamentos diferentes, dos mais críticos e analíticos até os criativos da empresa.
Com esse time multidisciplinar em uma sala é o momento de pegar o problema no topo da lista para guiar o brainstorm em busca de soluções e hipóteses.
Lembrando da máxima dos brainstorms, que toda ideia é bem vinda, por mais que sabemos que nem todas sugestões serão aplicadas, colocá-las no papel para visualização poderá ajudar a desdobrar uma ideia válida para aplicação ou já ir eliminando achismos.
No final deste brainstorming, teremos outra lista, desta vez com a lista de possibilidades para resolver o problema que foi encontrado e as hipóteses do que irá resultar no fim.
Prioridades
Dessa vez o trabalho é de elencar as soluções propostas. Nesse momento, uma ferramenta interessante para facilitar as decisões, por exemplo, é a Matriz de Eisenhower. Essa metodologia poderá no mapeamento do que deve ser feito primeiro, o que deve ser agendado, delegado (nesse caso, seria delegar para outras áreas) e o que é compreendido que não precisa ser feito.
Agora, com a lista de ideias organizada é hora de tirá-las do papel.
Fase de experimentos
Nessa etapa a ansiedade fica grande para colocar em prática o que vem sendo discutido a dias ou semanas. Mas, antes de aplicar alguma hipótese, é recomendável criar um processo para definir o tempo de teste, se mais de um experimento irá rodar ao mesmo tempo, quais serão as formas de metrificar os dados, etc.
Agora sim, ao longo do experimento, o hacker deverá ter acesso às ferramentas de análise (que poderão ser gratuitas, como o Analytics, ou pagas, como o SemRush, por exemplo), ter um local para acompanhar os resultados, como uma planilha, e ficar atento em relação à relevância estatística para não correr o risco de ter dados falsos nos resultados.
Não ignore os erros
No mundo ideal, todos os testes trariam resultados positivos e cada um deles seria um case de sucesso a ser replicado. Mas sabemos que a vida real é bem diferente.
O trabalho do hacker envolve muitas “frustrações” com experimentações falhas que não trouxeram o resultado esperado, ou até pioraram o que estava para ser melhorado.
Isso não deve ser encarado apenas como algo negativo e nem se deve tentar apontar um culpado para tal resultado.
Nesse momento, a aprendizagem e entendimento do que não deu certo pode salvar tempo do time no futuro e “recalcular” a rota para ter sucesso no teste. Um “hack” dentro deste “hack” é o famoso “errar rápido para corrigir rápido”.
Documente tudo
E do que adianta errar rápido, corrigir rápido para cometer o mesmo erro em um próximo experimento?
Para evitar essa e outras situações, a documentação ganha o destaque por ser a etapa mais importante do Growth Hacking. Uma boa documentação começa logo na primeira etapa, contendo informações do mapeamento dos problemas, a busca por soluções, o detalhamento do teste realizado e seus processos e, por fim, os resultados obtidos.
Através dessa documentação é possível tirar insights para próximos testes e evitar a repetição de erros nos experimentos.
Análise e aprendizado
Andando ao lado de documentação, a análise dos resultados são feitas ao longo dos experimentos, como um acompanhamento. É importante ter sangue frio nesse momento, para saber a hora de interromper e alterar um experimento e quando manter, mesmo quando o teste não estiver performando como o esperado.
No final do teste de growth, é feito o mapeamento do que deu certo, errado e demais oportunidades que poderão ser aproveitadas dentro da empresa.
Evolução
Experimento finalizado. Resultados positivos e todos felizes. Acaba por aí? De jeito nenhum.
O que foi aplicado em uma versão menor será transformado em um processo completo, impactando toda a área em que o gap havia sido identificado lá na primeira etapa do growth.
Mas não pense que isso será o final. Antes de dar esse experimento como concluído, vale a pena o analisar de perto quando ele for aplicado em uma escala maior, para ter certeza que ele também funcionará no dia a dia.
E agora sim, o experimento pode ser dado como concluído e começar a partir dele outro processo da Etapa 1. Ou focar-se em outros gaps.
Não é mágica
Talvez, o mais importante para conseguir aplicar uma estratégia de Growth Hacking seja entender que nada irá acontecer do dia para a noite, de uma semana para outra.
É injusto e irreal colocar pressão para que o hacker encontre um super hack mágico.
Já que o dia a dia desse profissional está em encontrar pequenos gaps, criar hipóteses, falhar muito e, quando acertar, não conseguir curtir muito o sucesso, pois tem outro gap esperando para ser resolvido.
Empresas de vários tamanhos utilizam o growth hacking como uma forma de resolver situações e potencializar resultados, porém, nem todos fazem isso da maneira correta.
E a sua empresa, ela já vinha aplicando o growth corretamente? Ou identificou algum erro na sua estratégia ao longo do texto? Fale para nós aqui nos comentários!
Por Cristiane Genoveva, analista de Automação na Hubify
Mini BIO: Publicitária por formação e curiosa por natureza. Gostos que vão de fisiculturismo ao reality de drag queen, do kpop ao heavy metal. Migrou da redação publicitária para a automação de marketing. Hoje faz parte do time de automação da Hubify.