Não esperava o que estava por vir. Formado em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia Mauá e Pós-Graduado em Administração de Empresas, também participei de diversos outros cursos nacionais e internacionais, e nos últimos anos mais focados para a internet.
Iniciei a carreira no mundo dos negócios fazendo a administração de empresas de diferentes setores, até que em 2000 resolvi inovar e entrar como sócio-investidor em uma Agência Digital para mais uma frente de negócios. Levei em consideração alguns pré-requisitos fundamentais para aceitar esta nova empreitada: empresa próxima de casa, rentável, com fácil controle, formada por uma equipe experiente no setor. Tudo isso para que eu pudesse passar pela empresa apenas umas duas vezes por semana, como um míssil.
A verdade é que o único destes sonhos que se realizou nesta fase foi o fato de a empresa ser perto de casa. Enquanto investidor da VM2 Agência Digital, veio a “Bolha” (a crise ocorrida em 2000 / 2001 que vocês já devem conhecer bem a história…) e a empresa explodiu no meu colo. Neste momento foi em que percebi que o negócio era muito mais sério do que eu pensava e que os funcionários contratados para as funções estratégicas também estavam aprendendo, pois é assim no mundo da internet – poucos profissionais experientes e metodologias arriscadas. Afastei-me da empresa até o final de 2002, sem constatar lucratividade.
Até que resolvi ligar a turbina e realmente me envolver com o negócio – momento em que me descobri apaixonado pela área. Passei a vestir a camisa da empresa e me lancei com tudo neste projeto para ter uma empresa de sucesso no setor, passando às vezes mais de 15 horas por dia na agência. O negócio começou a dar certo e decolou. Vieram as novas formas de comandar a agência: Programas de Plano Carreira, Cursos de Especialização para todos os colaboradores, Organograma Estruturado, Metodologia, etc… Enfim, a maturação do Processo Profissionalizante. Considero aqui, a grande virada da VM2, o começo de 2003, porém sem se esquecer de toda a análise de resultados do que passamos antes disto, que fazem parte da nossa história.
Tivemos surpresas muito felizes com o rápido crescimento de nossa carteira de clientes, do quadro de funcionários, da sede própria, passando de 520 projetos web entregues, mais de 400 m2 de área própria e cerca de 85 colaboradores diretos, organograma bem definido (Diretorias, Gerências e Coordenações) e mantendo o ritmo de contratação até hoje. Um vôo sem precedentes na história da VM2. Hoje temos em nossa carteira de clientes, forte representação da economia nacional e mundial, com projetos bem sucedidos e constante renovação de expectativas, sempre atendidas. Hoje somos uma Agência Digital Full, ou como alguns preferem dizer, mas sem traduzir ao pé da letra, pois entendemos Digital como bem abrangente : Full Service Interactive Agency.
Corre-Corre nas Agências
A realidade lucrativa das grandes Agências de Propaganda sempre foi a de uma merecida remuneração, onde grande parte do lucro é baseado na comissão que recebem dos veículos. Este excelente rendimento não demorou a atrair muitas outras pessoas que correram a montar suas próprias Agências de Propaganda ao longo dos últimos anos – o que levou este mercado a também ser regulado, em parte, pela lei da oferta e da procura.
Nas agências.com não foi diferente. Impulsionada por matérias que exaltavam números estratosféricos, nasceram do dia para a noite inúmeras novas agências voltadas para a web e que receberam diferentes nomenclaturas: Produtoras Web, Agências Web, Empresas de Tecnologia, Agências Digitais, Agências de Interatividade, e por aí vai . Contudo, poucas foram as que se tornaram rentáveis e, por este motivo, grande parte não sobreviveu a este período.
E o que, afinal, faz uma Agência Digital destas? Faz tudo o que você possa imaginar em internet: web sites; portais; sistemas web com complexidades diferentes (intranets, extranets, sistemas específicos) e páginas para a internet. Faz também e-commerce (B2C, B2B, B2G, etc); games; campanhas de mídia (atuando como Agências de Propaganda); propaganda interativa; planejamento e relacionamento on-line; inteligência e gestão digital. Sem contar o trabalho em soluções tecnológicas para a internet; relacionamento digital; marketing digital e on line; campanhas de e-mail marketing e, ufa, tantos outros nomes para atividades que estão focadas na web ou relacionadas a ela, e ultimamente algumas mais direcionadas para áreas específicas da internet, começaram a nascer especializações no setor. E estão hoje lutando duro no dia-a-dia para mostrar mais do que novidades: seriedade, competência, tecnologia e, claro, gerar lucro.
Isto não é tarefa fácil, uma vez que boa parte destas ainda é terceirizada ou quarteirizada pelas Agências de Propaganda, que tem em suas carteiras um leque respeitável de boas contas, e por isto se apressaram em não perder as vantagens do comissionamento da mídia on line que é cada vez maior – embora ainda não seja tão significante quanto em outras mídias.
As Agências Digitais têm que lidar ainda com a constante especialização de seus profissionais, os quais se aprimoram em velocidade nunca vista para estar sempre à frente das novidades em tecnologia e do mercado, também impulsionada por novos cursos superiores e tantos outros de especialização de curto prazo, palestras, workshops, etc. Esta nova realidade do mundo virtual também trouxe um clima organizacional diferente que compreende: criação, adaptações tecnológicas muitas vezes inéditas, métodos próprios que podem ser baseados ou não nos mais conhecidos de Gerenciamento de Projetos, atendimento de prazos, mudanças de escopo, entendimento das necessidades dos clientes, adequação ao budget, e por aí vai. É um cotidiano bem rico, completo e acelerado , que amadurece profissionais – os que resistem e se acostumam ao setor – em uma velocidade estratosférica, a complexidade da operação é enorme, indo muito além de uma boa criação de uma peça com posterior publicação em determinado veículo.
A rentabilidade destas empresas focadas no meio digital é ainda muito dependente de tudo o que já foi descrito acima, mas com pouca presença de fatores que envolvem valores de agenciamento; provenientes das veiculações digitais de um modo geral ; o que passa a ser mais presente em alguns projetos e em ritmo de crescimento acelerado.
Do passado, existem as lembranças de algumas empresas digitais sem a devida especialização que possam ter causado alguns dissabores em projetos de internet, traumatizando algumas empresas contratantes, que hoje procuram ser mais criteriosas na seleção, mas que já tem boas opções no mercado.
As Agências Digitais apresentam hoje potencial competitivo em tecnologia, estrutura e profissionais hábeis nas mais diversas áreas. Quem estiver antenado e tiver visão sobre este negócio, além de se equipar com profissionais de muito talento, tem muitas possibilidades de dar certo, Forte motivo para considerar a real possibilidade de contratar uma Agência Digital para seus planos de internet.
Entra aqui também a questão dos alinhamentos mundiais ou globais das corporações, cultura adquirida por Gerentes e Diretores de Marketing das empresas contratantes, mesmo algumas brasileiras de focar trabalhos web em Agências de Propaganda, que chegam até a ter departamentos de internet, pequenos muitas vezes e que podem depender de sub-contratar Agências Digitais. Em alguns casos, os famosos “anunciantes” já estão experimentando delegar diretamente para as Agências Digitais toda a parte de internet, inclusive campanhas. Isto tem acontecido com sucesso e poderá causar uma boa fase para as Agências Digitais e seus clientes com esta sua nova fase.
Valdiney Victor Viçossi é presidente da VM2 Agência Digital (www.vm2.com.br)
