O que a história de um peru no Dia de Ação de Graças pode ensinar sobre a estratégia da sua agência digital?
A resposta é: tudo.
Se a sua estratégia de negócios se baseia apenas nos dados de performance do passado (data-driven) e na estabilidade do presente, você está na mesma situação do peru que vive uma vida feliz e próspera, sem prever que seu futuro será a ceia de amanhã.
No AbradiTalks doa dia 09/11, o consultor da Capgemini e da Gira.Guru, Mateus Oazem, trouxe o conceito de Foresight Estratégico, um modelo de pensamento fundamental para a sobrevivência das agências na era pós-IA. A urgência é clara: o tempo de adaptação diminuiu de três gerações (Indústria 2.0 para 3.0) para meia geração (Indústria 4.0 em diante).
A armadilha mental: linearidade vs. exponencialidade
Nosso cérebro humano é desenhado para a estabilidade e a linearidade. Quando grandes mudanças acontecem (como o boom da IA), nossa mente nos engana, fazendo-nos acreditar que a mudança vai estabilizar e que “os agentes de IA ainda vão demorar para chegar”.
O grande erro da liderança é olhar apenas para trás e para o presente:
- Olhar para trás (dados antigos): É como desenhar a estratégia apenas pelo retrovisor, ignorando que a estrada à frente é completamente diferente da que já percorremos.
- Olhar para o presente (estabilidade): É o caso da empresa Teleperformance. Em 2024, seu CEO afirmava que a IA não tomaria o trabalho humano; em 2025, o site da empresa já oferecia força de trabalho híbrida e autônoma, usando IA em tarefas que antes eram exclusivas de humanos. A mudança chega em um ano.
Para Mateus, a solução é o Foresight Estratégico, que nos ensina a olhar para as transformações por três lentes: passado, presente (as amarras atuais) e a força do futuro.
Vigilância: o que as empresas mais rentáveis estão fazendo
O Copenhagen Institute for Future Studies (CIFS) demonstrou que as empresas que praticam a vigilância de futuro (olhando tendências, mudanças e planejando cenários) têm um crescimento e rentabilidade acima da média.
Este trabalho não é sobre prever o futuro, mas sim sobre ter musculatura mental para lidar com a incerteza.
Segundo Oazem, o Princípio do Risco, que significa ‘lidar com o futuro’, exige testagem. “Se você quer ter certeza de que um teste vai dar certo, você não está testando algo novo; está executando algo já conhecido. Agências precisam abrir uma camada de risco para experimentar e se aproximar do futuro da indústria”, comenta.
Ferramentas práticas para desenhar seu futuro pós-IA
Como aplicar essa mentalidade na sua agência? Mateus sugere metodologias abertas da ONU e CIFS:
1. Futures wheel (roda de futuros)
Essa ferramenta expande o impacto de uma notícia simples em implicações diretas e indiretas.
Exemplo Prático (fones de tradução instantânea por IA):
- Implicação direta: reestruturação e possível desinteresse em cursos de idiomas.
- Implicação indireta: fortalecimento da possibilidade de novas moedas globais ou facilitação para empresas menores operarem globalmente, sem necessidade de times multilíngues.
2. A regra do cérebro pós-IA (o mito da delegação total)
Não delegue todo o pensamento para a IA. A pesquisa mostra que a delegação total pode levar à perda de capacidade cognitiva humana.
A metodologia otimizada (Humano-IA-Humano):
- Tente resolver a tarefa sozinho (brainstorming, estratégia inicial);
- Leve sua ideia para a IA apenas para ter uma segunda opinião;
- Feche com uma visão humana.
O Foresight Estratégico é o seu mapa para essa transformação. “O trabalho da sua agência nos próximos anos não será mais sobre precisar de uma pessoa para aumentar vendas, mas sim sobre precisar de uma estrutura com inteligência para fazer isso”, finaliza Oazem.
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Sobre o autor:
Assessoria de Imprensa da Abradi