Como adaptar as estratégias da empresa para uma nova era sem cookies? - Abradi

Como adaptar as estratégias da empresa para uma nova era sem cookies?

17 de dezembro de 2021

Google, empresa dona do navegador mais usado no mundo, anunciou o bloqueio de cookies de terceiros no Chrome

*Por Thais Andrade

Os cookies são ferramentas importantes para as empresas no mundo digital, especialmente porque essa ferramenta é responsável por rastrear o comportamento dos usuários em um ambiente da internet. Com a tecnologia aplicada, diversos negócios conseguem customizar o atendimento a seus clientes ao direcionar a publicidade mais eficiente para cada tipo de comprador que está no site. Entretanto, o anúncio feito pelo Google de que cookies de terceiros não seriam mais aceitos em seus navegadores propôs desafios e instaurou preocupação nos negócios que fazem uso da ferramenta — é importante lembrar, a gigante da Alphabet tem o Chrome como o navegador mais utilizado no mundo. Safari e Firefox, outros serviços relevantes do segmento, já haviam decidido tomar a mesma direção.

A mudança feita pelos navegadores vai ao encontro das novas regras de privacidade definidas por diferentes países ao redor do globo. No Brasil, por exemplo, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) já está em vigência e estabelece regras para o tratamento de dados pessoais de todos os cidadãos em território nacional. A alteração anunciada pelos navegadores expôs o despreparo de muitas empresas — relatório da Adobe divulgado neste ano menciona uma análise da eConsultancy responsável por mostrar que apenas 36% das companhias estão “muito preparadas” para uma navegação futura sem cookies de terceiros.

Diante da mudança, negócios já iniciaram a adaptação ao novo cenário, sem perder de foco a retenção e a conversão dos usuários; afinal, o fim dos cookies de terceiros nos navegadores não é motivo para desespero. O usuário continuará desejando personalização, e ela agora deverá vir por meio de um melhor estudo da jornada do consumidor pelas empresas. Especialistas afirmam que essa mudança é possível por meio de Customer Data Platform (CDP), que permite a unificação de dados dos clientes a partir de origens distintas. A privacidade do usuário, dessa maneira, segue mantida. Outra possibilidade é a técnica do “first-party data”, ou seja, a permissão específica dada por um usuário no site ou plataforma digital. Além disso, as mudanças podem acabar forçando muitas empresas a repensarem seus posicionamentos e também a forma como estabelecem as experiências de navegabilidade do público consumidor, com uma ideia sempre clara no plano: a confiança e privacidade do usuário devem ser garantidas sempre. Dificuldades volta e meia surgem, como é perceptível, mas desde que haja um planejamento bem feito e multidisciplinar, a ausência de permissão aos cookies de terceiros nos navegadores não passará de um desafio contornado.

*Thais Andrade é Líder do Comitê de Mídia da ABRADi, entidade defensora dos interesses das empresas desenvolvedoras de serviços digitais no país.