Em Defesa da Democracia e da Comunicação Digital
Um pressuposto da Sociedade da Informação é que governos devem se comunicar. Não podem ignorar as opiniões de cidadãos, jornalistas, acadêmicos, influenciadores digitais e qualquer segmento da sociedade que dialoga e tem repercussão midiática – seja tradicional ou nas redes sociais. Outro pressuposto é que comunicação não se pode fazer em “uma só via”. Ou seja, na melhor técnica, um governo não pode apenas falar, é necessário um diálogo. Ouvir e falar.
O que são mapas de influenciadores e monitoramento digital?
São ferramentas de comunicação que trabalham apenas com DADOS PÚBLICOS, já que coletam a opinião de pessoas influentes expressas nas redes sociais abertas e lhes atribui um valor de posicionamento em relação a temas.
Em última instância, é um ato de ouvir.
Dizer que uma pessoa é contra ou a favor de determinado tema – qualquer que seja a terminologia utilizada – não tem, em si, nenhum valor antidemocrático.
O relatório que tem sido tratado como escândalo é previsto em contrato legal seguindo todas as normas e absolutamente legítimo – como são os que estão sendo produzidos neste momento para ong’s, órgãos da justiça, governos das três esferas, legislativos das três esferas, políticos, clubes, igrejas, iniciativa privada, entre outros.
Catálogo de Produtos e Serviços:
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República fez a primeira contratação de comunicação digital em 2009, servindo como norte para o início de outras concorrências que seguiram o mesmo modelo de contratação a partir de 2013. Os produtos e serviços supracitados fazem parte do catálogo da SECOM e são executados há muito por agências digitais em contratos com o mercado público, e também privado.
São atividades legais presentes em literatura acadêmica e amplamente utilizadas, inclusive, no mercado internacional, como nos exemplos abaixo:
https://www.brandwatch.com/blog/marketing-reputation-management-is-easy-with-our-new-dashboard/
https://customerthink.com/using-social-listening-to-improve-your-cx-strategy/
Sobre recomendações:
As recomendações presentes nesse tipo de relatório são absolutamente comuns: “reforçar a comunicação”, “acompanhar os posicionamentos”, “esclarecer”. Estão em linha com os serviços prestados por empresas de comunicação digital e assessoria de comunicação em todo o país.
É patente que estes serviços são utilizados no contexto de assessoria de comunicação digital para que clientes possam dialogar com a sociedade a partir do conhecimento sistematizado das várias opiniões correntes nas redes sociais.
Não se pode confundir o trabalho de assessoria de comunicação com perseguição política, serviços de inteligência ou qualquer outra utilização indevida.
Sobre as expressões:
O termo “detrator”, utilizado no relatório, está presente na literatura técnica e pode integrar normalmente a linguagem interna das agências de comunicação. Há outros termos como “evangelizador”, “crítico”, ou “advogado” que não podem ser tomados ao pé da letra. Integram um jargão profissional largamente utilizado no mercado de comunicação digital.
É uma linguagem presente, inclusive, nos softwares mais utilizados para acompanhamento de narrativas e seus autores.
O acompanhamento de narrativas e seus autores é, antes de vício, um valor da democracia e do diálogo que as instituições devem manter permanentemente com a sociedade. Deveria ser estimulado, não criminalizado por um debate apressado e superficial.
Esperamos que a racionalidade seja restituída a esta discussão e que as ferramentas de comunicação social sejam valorizadas como instrumento do fortalecimento da democracia.
Referências Internacionais:
https://www.brandwatch.com/blog/marketing-reputation-management-is-easy-with-our-new-dashboard/
https://customerthink.com/using-social-listening-to-improve-your-cx-strategy/