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NOTA DE POSICIONAMENTO
Sobre a entrevista com Orlando Marques, presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências de Propaganda), publicada hoje, 28/08/2015, no jornal Folha de S.Paulo, a ABRADi vem a público colocar o seu posicionamento sobre as atividades de players digitais atuando no mercado publicitário brasileiro.
Empresas de tecnologia versus empresas de mídia
A ABRADi repudia o comportamento empresarial de grandes players globais digitais que se travestem de “empresas de tecnologia ou de aplicações”, mas que na realidade atuam e se remuneram como “empresas de mídia”. Esse comportamento dissimulado tem a clara intenção de não-conformidade às regras de mercado, numa tentativa de não ser “enquadrado” nas regras de comunicação do país.
Regras de mercado
A ABRADi é apoiadora do CENP e das práticas comerciais entre agências, anunciantes e veículos regidas pela legislação brasileira. A chegada de novos players digitais internacionais é bem-vinda, desde que obedecidas as leis vigentes no país. Por mais que os novos players defendam regras comerciais internacionais para compra e venda de espaços publicitários digitais, se um player quer participar do nosso mercado, deve seguir as regras do país. Alguns não pagam os honorários de agência e recebem o pagamento da mídia em outros países, via cartão de crédito internacional. Consideramos essas práticas desleais com todo o mercado de comunicação: agências, veículos e até mesmo com governo federal, pela elisão de tributos. Essa discussão precisa ser aprofundada, a legislação aplicada e os desvios corrigidos. A ABRADi quer avançar nesse tema, mas isoladamente não terá força nesse embate. Estamos dispostos a dialogar, com a premissa de que as regras e a lei valem para todos.
Fim do Projeto Inter-Meios
A ABRADi apoia a transparência, a isonomia e a fidelidade de dados de mercado. Seja de audiência, seja de investimento de mídia, seja de faturamento dos veículos de comunicação. Lamentamos profundamente o encerramento das atividades do Inter-Meios, que durante 26 anos contribuiu para a profissionalização da indústria de comunicação, marketing e mídia, com números de faturamento publicitário do mercado brasileiro. A não-colaboração ao projeto por players globais digitais no fornecimento de seus dados de faturamento inviabilizou o projeto, quebrando uma relação de isonomia e reciprocidade entre os meios. Acreditamos que o levantamento de dados realizado por entidades independentes, sem vínculos com empresas ou organizações privadas, seja o melhor caminho.
Anderson de Andrade
Presidente da ABRADi
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