Entrevista: Marcelo Hummel - Abradi

Entrevista: Marcelo Hummel

2 de julho de 2012 Imagem destacada padrão para postagens ABRADi

Marcelo Hummel, COO da F. biz e Vice-Presidente de Relações Institucionais da ABRADi

Nessa entrevista, que fez parte de uma matéria publicada no especial “Profissionais de Mídia” do Meio&Mensagem, Marcelo Hummel, COO da F.biz e Vice-Presidente de Relações Institucionais da ABRADi, fala sobre as dificuldades enfrentadas na hora de contratar profissionais de comunicação e as iniciativas desenvolvidas pela da ABRADi para estimular a formação de novos profissionais.

– O mercado segue com demanda de profissionais especializados na área do digital. Quais vêm sendo as maiores dificuldades?

As dificuldades naturais de quando a demanda suplanta muito a oferta. Pressão nos preços (neste caso os salários) e alta disputa por profissionais. O conhecimento especializado hoje é valioso não somente para as empresas especializadas, mas também para tradicionais players na cadeia de comunicação – agências, veículos e anunciantes. Além das empresas empregadoras, não podemos desprezar a oportunidade do indivíduo montar seu negócio para surfar a demanda latente no mercado como prestador de serviço para diferentes clientes, além das oportunidades internacionais, uma vez que trabalhar fora ou para empresas de fora é muito mais acessível atualmente. Enfim, muitas possibilidades e escassez matéria-prima.

– Que tipo de ações a ABRADi tem feito junto aos associados para amenizar esta situação, uma vez que há forte disputa entre mão-de-obra entre as próprias empresas?

A ABRADi tem se aproximado da academia através de convênios com instituições de ensino Brasil afora. Está constituindo um comitê de Recursos Humanos com profissionais das agências e especialistas em recrutamento e seleção para organizar pauta e atuar no desenvolvimento profissional próximo ao meio acadêmico. E por fim a entidade busca instrumentalizar seus associados e o mercado através de ferramentas como a pesquisa de cargos e salários, realizada anualmente.

– Especificamente sobre o profissional de mídia da área, quais têm sido as maiores dificuldades para a aquisição de especialistas no setor – a formação de novos profissionais ou a transição do profissional do offline para o online?

Eu diria que a formação de profissionais. A evolução do mercado é contínua e é muito difícil encontrar pessoas com conhecimento técnico para operar as ferramentas que surgem uma atrás da outra. Quanto ao “profissional offline” eu já discordo do rótulo. Se for uma pessoa mais nova é um “nativo digital”, se for mais madura já trabalha numa economia digital há um bom tempo. Ou seja é melhor defini-lo como um “indivíduo online” que trabalha com “meios offline” e portanto não terá rejeição maior se migrar para a cadeia digital.

– O quanto a questão da alavancagem salarial desta área preocupa (ou não) o segmento?

Não é diferente do que acontece de tempos em tempos com disciplinas especializadas, não é? Quero crer que se é algo que incomoda a primeira vista, também é o que vai atrair maior volume de profissionais e, com maior oferta as coisas vão se ajustando naturalmente.