Lançado em 2000, o Pacto Global da ONU é uma chamada para que empresas alinhem suas estratégias e operações pautadas em dez princípios universais divididos em quatro pilares distintos: direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. A resolução é uma ideia do ex-secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e tem como principal objetivo desenvolver e apoiar ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade.
Hoje é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com cerca de 14 mil membros em 70 redes locais que abrangem 160 países. Apesar de não corresponder a um código regulatório, de conduta obrigatório (é totalmente voluntário), ele fornece diretrizes fundamentais para a promoção do crescimento saudável e da cidadania por meio de lideranças empresariais e governamentais comprometidas e inovadoras.
Quais são os 10 princípios universais do Pacto Global?
- Respeitar e apoiar os direitos humanos reconhecidos internacionalmente na sua área de influência;
- Assegurar a não participação da empresa em violações dos direitos humanos;
- Apoiar a liberdade de associação e reconhecer o direito à negociação coletiva;
- Eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório;
- Erradicar todas as formas de trabalho infantil da sua cadeia produtiva;
- Estimular práticas que eliminem qualquer tipo de discriminação no emprego;
- Assumir práticas que adotem uma abordagem preventiva, responsável e proativa para os desafios ambientais;
- Desenvolver iniciativas e práticas para promover e disseminar a responsabilidade socioambiental;
- Incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente responsáveis;
- Combater a corrupção em todas as suas formas, incluindo a extorsão e o suborno.
Por que o Pacto Global é importante?
Estamos vivendo um dos maiores (se não o maior) marcos do século XXI. A pandemia do coronavírus nos trouxe primeiramente uma crise sanitária, com a chegada de um vírus para o qual não temos tratamento, cura ou prevenção; seguida de desafios de ordem econômica, porque a única forma de driblar a doença ainda é por meio do isolamento social, o que afeta diretamente os negócios.
E os efeitos não pararam por aí: milhares de pessoas perderam seus empregos e entraram na margem da pobreza; alunos foram afastados das escolas, tendo seu acesso à educação interrompido ou debilitado; e o comportamento do consumidor vem passando por diversas mudanças, desde a forma como ele enxerga uma marca à sua decisão de compra.
Por isso, mais do que nunca se fez necessário trabalhar um desenvolvimento sustentável corporativo que considera não só o crescimento econômico, como seus impactos sociais e ambientais. Dados do Barômetro da Confiança, realizado pela Edelman em março deste ano, revelaram que a sustentabilidade nestes aspectos já faz parte das expectativas do público comprador que olha cada vez mais para como a empresa se comporta, além do que ela oferece:
- 72% dos respondentes concordam que o Brasil não passará por essa crise sem que as marcas desempenhem um papel crucial na solução das atuais adversidades;
- 75% afirmam que as empresas que colocarem seus lucros acima das pessoas durante esta crise perderão sua confiança para sempre;
- 46% já começaram a usar uma nova marca por causa da apresentação inovadora ou empática que ela tem respondido ao surto do coronavírus.
No âmbito dos investidores, a avaliação de uma empresa não acontece mais considerando apenas seu potencial ou nível de crescimento econômico. Agora, a preocupação também é com a forma como ela está trabalhando com as agendas sociais, de meio ambiente e de governança considerando os pilares do Pacto Global.
Como adotá-lo no seu negócio?
Além de seguir a legislação brasileira, outra maneira mais simples de fazer parte do Pacto Global é através dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. São 17 tópicos com 169 metas a serem cumpridas e 231 indicadores pautados nos quatro pilares listados anteriormente. Para cada objetivo, existe um conjunto de ações que visam solucionar problemas considerando as prioridades da sociedade. A lista existe desde 2015 e foi acordada por 193 líderes mundiais na sede da ONU.
Essa agenda pode ser trabalhada por todas as empresas, independentemente do setor em que elas atuam ou tamanho. O que se espera é que essas intenções sejam aplicadas até 2030 para que sejam uma linguagem comum entre o governo, empresas e sociedade civil, reforçando a importância dos direitos humanos.
Alguns princípios são bastante básicos para quem já é empreendedor, como a “Indústria, Inovação e Infraestrutura”, “Consumo e Produção Responsáveis” ou “Emprego Digno e Crescimento Econômico”. Confira a lista completa:
Para saber mais, não deixe de assistir ao nosso webinar com o tema Pacto Global da ONU: 4 pilares para transformar seu ambiente de negócios, transmitido no dia 22, com a participação de Bernardo Castello Branco, Diretor de Sustentabilidade da ABRADi, Luiz Tibiriçá, CEO da Kronedesign, e Ana Carolina Paci, assessora para os ODS e Engajamento do Pacto Global da ONU.
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