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Essa semana falamos com Kenneth Corrêa, presidente da ABRADi Regional Mato Grosso do Sul, eleito em março de 2019.
Graduado em Administração de Empresas pela UFMS em 2004 e Pós-Graduado em Gestão Empresarial pela FGV em 2006, Kenneth é professor dos programas de MBA da FGV – Fundação Getúlio Vargas e atualmente é Diretor de Tecnologia e Performance do Grupo WTW.
Como você compreende a importância da ABRADi para promover a conexão entre os agentes digitais?
Como todo setor que quer se consolidar, crescer, participar e, de alguma forma, pautar as discussões políticas que impactam a sua área, precisamos de organização e a ABRADi veio justamente para cumprir este papel.
O nosso mercado cresceu muito desde 2009. Foram 10 anos de evolução, não só rápida como também muito disruptiva para o mercado. Começamos a esbarrar em outros segmentos e a importância do mercado digital se tornou um incômodo a muitos destes. Por isso, este é um momento importantíssimo para estamos bem organizados e estruturados para fazermos o nosso setor conduzir e influenciar as pautas que são relevantes.
Neste momento temos dialogado com todas as demais associações do setor nos posicionando sobre a questão da remuneração das agências. Na opinião da ABRADi o modelo atual foi fundamental para o desenvolvimento do negócio até o momento, mas precisamos discutir e validar novos formatos que já ocorrem na pratica. um todo. Este tema é crucial para todos os agentes digitais uma vez que há diferenças essenciais entre as agências tradicionais e digitais. E como associação, a ABRADi traz força e credibilidade para defender os interesses do nosso setor.
Além disso, a ABRADi também faz um trabalho importante na formação de profissionais. Nós temos um setor no qual, atualmente, todo o conhecimento técnico é obtido de forma informal ou construído dentro das próprias empresas. Ao olharmos para as instituições educacionais, percebemos que as grades curriculares mais tradicionais não estão aptas a cobrir o currículo com relação a temas ligados ao digital. Isso se deve até mesmo pela velocidade com a qual as novidades estão surgindo. Nestes casos, é necessário aprimoramento ou especialização em instituições privadas, e, em alguns casos, difíceis de se atingir ou alcançar financeiramente.
A ABRADi entende este problema e auxilia no acesso a estas instituições através de programas de descontos e parceria. Este é um benefício importantíssimo tanto para os proprietários das agências digitais como para seus funcionários.
Como você explicaria a conexão entre os associados e as empresas contratantes?
No caso do Mato Grosso do Sul, inauguramos a ABRADi no final do ano passado, mas apesar de ainda sermos um grupo pequeno, pode-se perceber que todos os nossos associados têm uma relação com os clientes muito séria. Eu acredito que o que uniu os associados em Mato Grosso do Sul foi o fato de, por já terem algum tempo de mercado, estes agentes compreenderem a importância da consolidação do setor.
Todos sofrem em seu dia-a-dia com a falta de organização e regulamentação do nosso mercado e, através da ABRADi, temos a possibilidade de entender o que acontece no mercado e aprender, através da troca de experiências com outros diretores tanto no Mato Grosso do Sul como Nacional, como se posicionar diante dos contratantes em relação a remuneração, a controle das demandas, e ao mesmo tempo, formatar melhor produtos e processos.
Esta é uma relação que tem tudo para melhorar do ponto de vista dos agentes e também dos contratantes, uma vez que, um setor organizado, as entregas serão mais otimizadas. Ao mesmo tempo ao mesmo tempo a ABRADi pretende trabalhar no futuro um selo para certificar a qualidade dos serviços prestados pelos associados semelhante a Certificação LGPD ABRADi Bureau Veritas lançada recentemente, os contratantes saberão que estão contratando agências associadas e comprometidas com o mercado.
Na sua visão qual o grau de maturidade do mercado de comunicação digital na sua região? A ABRADi tem ajudado no desenvolvimento do negócio? Como?
Mato Grosso do Sul fica bem isolado do eixo de negócios do país, estamos no centro-oeste brasileiro e temos apenas 1,7 da população brasileira. Isso mostra como o nosso mercado é pequeno em relação à proporção nacional. A maior parte do nosso mercado é constituído de pequenas e médias empresas locais.
Neste tipo de mercado, o dono do negócio costuma estar à frente, com uma gestão centralizada, a qual absorve também o marketing. Temos poucas empresas que possuem um profissional de marketing com experiência, que possa fazer o canal empresa-agência e isso interfere muito no nível de maturidade do mercado. Ainda é necessário desenvolvermos muito a cultura local em relação a este cenário.
Do ponto de vista dos veículos digitais, temos um mercado muito forte de influenciadores e alguns portais de notícias que são bem estabelecidos, mas ao falar do nível de profissionalismo, há ainda muitos passos a serem dados. Ainda que tenhamos alguns pequenos bons exemplos, ainda temos muito a evoluir.
Como comentei anteriormente, o fato de os diretores se reunirem, conversarem, trocarem experiências e fazerem essa troca também entre os seus funcionários faz com que as empresas evoluam e apliquem as melhores práticas em seu-dia-dia. Além disso acesso aos cursos e programa de formação facilitado têm ajudado na formação da equipe, que é uma deficiência muito grande. Localmente não há instituições que preparem bem os profissionais para este universo. Estes são dois impactos reais e diretos que já conseguimos entregar, mas à medida que crescemos, conseguiremos entregar mais.
Do ponto de vista da associação ativista e da briga em pautas políticas, ainda não tivemos frutos regionalmente mas isto é algo que está sendo construído e que com certeza em algum
Como presidente da Regional ABRADi, quais as suas sugestões para melhorar o ecossistema digital na sua região?
Eu acredito que a informação, seja através de cursos, eventos realizados pela ABRADi ou a troca de experiência entre associados, é fundamental, mas ao mesmo tempo precisamos de mais associados para que esta troca ganhe mais força. Porque a partir do momento que trocamos informação e percebemos que podemos fazer melhor, evoluímos também como ecossistema.
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